Chacundum é um blog em dolby-stérico de Cláudio Reston, designer-músico e sócio da Visorama Diversões Eletrônicas.
31 de dez. de 2001
Aproveito o momento para prestar meus sinceros agradecimentos ao doutor João Pantoja, que num ato de generosidade, ética e - é claro - profissionalismo, saiu de seu hospital para dedicar alguns minutos preciosos à uma visita a papai, dando um parecer sucinto, direto, pé no chão e, acima de tudo, sem esquecer que existe algo chamado sentimento humano.
Esse tipo de profissional merece estar aonde está, além de uma salva de palmas deste que vos escreve.
Esse tipo de profissional merece estar aonde está, além de uma salva de palmas deste que vos escreve.
Demais: A Noviça Rebelde no Corujão, pra salvar um domingo repleto de Gugus e Van Dammes.
My Favourite Things está na minha lista de standards prediletos. Além das versões do filme (são todas maravilhosas), recomendo também a de Al Jarreau com Marcus Miller ao vivo. Sensacional.
Aliás, não sei como está hoje em dia, mas na época a Julie Andrews era irritantemente linda. Batia um bolão.
My Favourite Things está na minha lista de standards prediletos. Além das versões do filme (são todas maravilhosas), recomendo também a de Al Jarreau com Marcus Miller ao vivo. Sensacional.
Aliás, não sei como está hoje em dia, mas na época a Julie Andrews era irritantemente linda. Batia um bolão.
Pra curtir uma fossa e momentos de alegria, que tal um Houses of the Holy?
Digam o que quiserem - pra mim, sempre será o melhor disco do Led Zeppelin.
Digam o que quiserem - pra mim, sempre será o melhor disco do Led Zeppelin.
30 de dez. de 2001
29 de dez. de 2001
Falha nossa: O Ronca-Tripa era um programa da rádio Panorama FM, e não da Fluminense, como eu havia dito. O seu programa na Fluminense (Rocka 26, se não me engano) foi antes disso.
Nóis herra, nóis consserta.
Nóis herra, nóis consserta.
E já que cumpadi Ez tocou no assunto, eis aqui outra pérola do cancioneiro corno:
(...) Mal acostumado, você me deixou.
Mal acostumado, com o seu amor
Então volta, traz de volta o meu sorriso
Sem você não posso ser feliz.
Também conhecida como a melô da ex-namorada do bem dotado.
(...) Mal acostumado, você me deixou.
Mal acostumado, com o seu amor
Então volta, traz de volta o meu sorriso
Sem você não posso ser feliz.
Também conhecida como a melô da ex-namorada do bem dotado.
27 de dez. de 2001
Confesso: ando de saco cheio de intelectualóides (em sua maioria, debilóides). São todos muito previsíveis - adoram escrever na língua dos outros, curtem as mesmas bandas, os mesmos livros, os mesmos filmes, tem a mesma postura cool... putz, como isso é chato.
Um pouco de atitude, autênticidade e, acima de tudo, simpatia (com boas doses de simplicidade) fazem um bem danado pra pele e pra alma. Leve fé.
Um pouco de atitude, autênticidade e, acima de tudo, simpatia (com boas doses de simplicidade) fazem um bem danado pra pele e pra alma. Leve fé.
Os Estados Unidos são atacados, em Gaza rola o maior arranca-rabo, o Afeganistão é devastado, a Argentina tá indo pro saco, atentados terroristas explodem no mundo inteiro e agora a Índia aponta mísseis para o Paquistão.
Pra quê ter medo se o futuro é a morte?
E o Sadam anda tão quietinho... estranho.
Pra quê ter medo se o futuro é a morte?
E o Sadam anda tão quietinho... estranho.
25 de dez. de 2001
Afro-americano é o escambau.
Qual o problema em dizer negro, crioulo, negão, preto? Soa natural, corriqueiro e infinitamente menos segregador e racista.
Na moral?
Qual o problema em dizer negro, crioulo, negão, preto? Soa natural, corriqueiro e infinitamente menos segregador e racista.
Na moral?
Queria aproveitar o momento para agradecer a todos que têm mandado mensagens de força e de carinho. A situação ainda é muito delicada, mas o véinho tá melhorando aos pouquinhos. Minha cabeça gira um pouco as vezes, cada dia que passa vejo que não sei mesmo lidar com um troço chamado incerteza. Mas as vibrações positivas chegam por todos os lados - pessoalmente, por emails, pelo telefone e até mesmo por blogs - e tenho certeza que doutô Jamí tem captado todas elas.
Paciência véio, é assim mesmo, as vezes a vida apronta dessas com pessoas gentis, do bem e querida por todos - bem como você é. Mas tudo vai ficar ok, cê vai ver.
Paciência véio, é assim mesmo, as vezes a vida apronta dessas com pessoas gentis, do bem e querida por todos - bem como você é. Mas tudo vai ficar ok, cê vai ver.
24 de dez. de 2001
Ih, mestre MauVal postou meu email em seu blog.
Vocês devem se perguntar quem é esse tal de MauVal que eu vez por outra falo, né?
Pois bem... MauVal - codinome de Maurício Valladares - além de ser um cara que eu admiro - não só por suas iniciativas e pela sua força de vontade, mas também por ser um dos caras que mais entende de música que eu conheço -, é o criador do programa-festa Ronca-Ronca.
Tudo começou com o Ronca-Tripa, na extinta rádio Fluminense FM (ou Maldita FM, como muitos gostam de chamar). Maurício foi um dos grandes lançadores de tendências dos nossos tempos. Pra vocês terem idéia, foi ele quem lançou boa parte das bandas brasileiras dos anos 80 (como Paralamas, por exemplo). É uma pessoa de ouro e um dos poucos focos de resistência da cultura musical brasileira. Suas festas são sensacionais, inesquecíveis. E é por isso tudo que eu bato palmas de pé para ele.
Aliás, como ele mesmo costuma dizer, 'por favor, uma salva de palmas para Maurício Valladares'! Ele merece.
Vocês devem se perguntar quem é esse tal de MauVal que eu vez por outra falo, né?
Pois bem... MauVal - codinome de Maurício Valladares - além de ser um cara que eu admiro - não só por suas iniciativas e pela sua força de vontade, mas também por ser um dos caras que mais entende de música que eu conheço -, é o criador do programa-festa Ronca-Ronca.
Tudo começou com o Ronca-Tripa, na extinta rádio Fluminense FM (ou Maldita FM, como muitos gostam de chamar). Maurício foi um dos grandes lançadores de tendências dos nossos tempos. Pra vocês terem idéia, foi ele quem lançou boa parte das bandas brasileiras dos anos 80 (como Paralamas, por exemplo). É uma pessoa de ouro e um dos poucos focos de resistência da cultura musical brasileira. Suas festas são sensacionais, inesquecíveis. E é por isso tudo que eu bato palmas de pé para ele.
Aliás, como ele mesmo costuma dizer, 'por favor, uma salva de palmas para Maurício Valladares'! Ele merece.
Alguns amigos têm o dom de me matar de rir, mesmo naqueles dias em que estou pra lá de chateado.
Ao conversar com uma amiga sobre o fim de ano, ela me diz: 'Ganhei um vestido muito foda pra usar no reveillon, mó decotão nos peitos, mó decotão atrás, totalmente kélly...'
Eu, no auge de minha inocência, perguntei: 'Kélly?'
E ela respondeu: 'É... Kéllynguiça!'
Besteirol total, mas foi o suficiente para eu gargalhar por alguns minutos.
Vestidos decotados nunca mais serão os mesmos depois desse comentário.
Ao conversar com uma amiga sobre o fim de ano, ela me diz: 'Ganhei um vestido muito foda pra usar no reveillon, mó decotão nos peitos, mó decotão atrás, totalmente kélly...'
Eu, no auge de minha inocência, perguntei: 'Kélly?'
E ela respondeu: 'É... Kéllynguiça!'
Besteirol total, mas foi o suficiente para eu gargalhar por alguns minutos.
Vestidos decotados nunca mais serão os mesmos depois desse comentário.
O que é bom a gente espalha pros amigos.
Então fica aqui a dica para rapaziada da zona sul carioca: tá num daqueles dias quentes e chatos, que você sequer tem disposição para sair de casa? Bom, o DVD Club Online cobra em torno de 5 paus por DVD (mais uma taxa de entrega que varia entre R$ 0,50 e R$ 1,50). Você faz a transação pela internet, eles levam e buscam o DVD em sua casa e o serviço é bom, rápido e eficiente. Fantástico, virei fã dos caras. Fica aqui a dica.
Então fica aqui a dica para rapaziada da zona sul carioca: tá num daqueles dias quentes e chatos, que você sequer tem disposição para sair de casa? Bom, o DVD Club Online cobra em torno de 5 paus por DVD (mais uma taxa de entrega que varia entre R$ 0,50 e R$ 1,50). Você faz a transação pela internet, eles levam e buscam o DVD em sua casa e o serviço é bom, rápido e eficiente. Fantástico, virei fã dos caras. Fica aqui a dica.
23 de dez. de 2001
Da série 'meus standards prediletos': Just Friends (Klemmer / Lewis).
Recomendo a incrível versão de Pat Martino.
Guitarristas de plantão: querendo a transcrição de seu maravilhoso solo, clique aqui.
Recomendo a incrível versão de Pat Martino.
Guitarristas de plantão: querendo a transcrição de seu maravilhoso solo, clique aqui.
Quando você está péssimo, tem gente que te abraça, beija, enfim te conforta de alguma maneira - o que é excelente, é claro, pois você está precisando muito disso. E tem gente que não precisa fazer nada, que você nitidamente sente e sabe que tá ali com você pro que der e vier. Esse cara aqui é um desses. =)
Depois de semanas, finalmente consegui assistir Réquiem Para Um Sonho.
Bom... quem viu deve saber qual foi a minha reação.
Quando me disseram que era um filme sobre drogas, com uma edição diferente, imaginei mais um xaropinho como Pulp Fiction ou Trainspotting (que são até legaizinhos, mas cheios de ceninhas 'de efeito' como seringas, viagens de herô, guerras de gangsters, etc.).
Nada disso. O filme não é 'chocante', é triste mesmo, depressão total. O diretor (ou seria o roteirista?) levou tudo às últimas consequências, sem mocinhos intocáveis, cenas de sexo espetaculares e, principalmente, sem finais felizes - aliás, coisa rara de se ver em filmes americanos.
Vale a audiência - além do roteiro, a montagem é bem bacana, a trilha sonora cai como uma luva e os atores são excelentes. Mas fica aqui um conselho: não marque nada para após a sessão, é programa perdido.
Bom... quem viu deve saber qual foi a minha reação.
Quando me disseram que era um filme sobre drogas, com uma edição diferente, imaginei mais um xaropinho como Pulp Fiction ou Trainspotting (que são até legaizinhos, mas cheios de ceninhas 'de efeito' como seringas, viagens de herô, guerras de gangsters, etc.).
Nada disso. O filme não é 'chocante', é triste mesmo, depressão total. O diretor (ou seria o roteirista?) levou tudo às últimas consequências, sem mocinhos intocáveis, cenas de sexo espetaculares e, principalmente, sem finais felizes - aliás, coisa rara de se ver em filmes americanos.
Vale a audiência - além do roteiro, a montagem é bem bacana, a trilha sonora cai como uma luva e os atores são excelentes. Mas fica aqui um conselho: não marque nada para após a sessão, é programa perdido.
22 de dez. de 2001
21 de dez. de 2001
20 de dez. de 2001
Ontem a tarde, ao passar de carro por Botafogo, ouço uma sirene. Como um ser educado e com o mínimo de solidariedade que sou, imediatamente ligo a seta e caio pra direita. No que eu olho pro retrovisor, vejo uma imbecil num Pálio, andando lentamente pela pista da esquerda, falando no celular e cagando solenemente para a ambulância que vinha. A idiota em questão sequer se deu o trabalho de encostar na calçada, mesmo que fosse do lado esquerdo. Inacreditável, absurdo e profundamente revoltante.
Há uns dias meu pai teve uma complicação e a coisa ficou feia ao ponto de chamarmos uma ambulância. Quem nunca precisou de uma não tem noção do que é esperar sua chegada. Primeiro porque você só a chama em casos absurdamente extremos, naqueles em que o tempo que levaria pra chegar de carro ao hospital poderia ser fatal. Segundo porque, como geralmente a pessoa está agonizando, cada segundo vale uma vida.
Fica assim: não abrir passagem para veículos de socorro é atitude de gente ignorante e despreparada (e eu nem entrei no mérito do 'celular no carro'). Pessoas como a vaca supracitada deveriam tomar multa, duas semanas de cú, uma de surra e a suspensão da carteira.
Babaca.
Há uns dias meu pai teve uma complicação e a coisa ficou feia ao ponto de chamarmos uma ambulância. Quem nunca precisou de uma não tem noção do que é esperar sua chegada. Primeiro porque você só a chama em casos absurdamente extremos, naqueles em que o tempo que levaria pra chegar de carro ao hospital poderia ser fatal. Segundo porque, como geralmente a pessoa está agonizando, cada segundo vale uma vida.
Fica assim: não abrir passagem para veículos de socorro é atitude de gente ignorante e despreparada (e eu nem entrei no mérito do 'celular no carro'). Pessoas como a vaca supracitada deveriam tomar multa, duas semanas de cú, uma de surra e a suspensão da carteira.
Babaca.
19 de dez. de 2001
Aos queridos amigos e leitores desse humilde blog, peço desculpas pelo atraso dos replies. A Telemaranhão resolveu botar as manguinhas de fora e há 2 dias que o maldito Velox não funciona. Tudo começou com uma manutenção na central, e até agora nada acontece. Na melhor das hipóteses, os caras devem estar tentando descobrir em qual fio tropeçaram (ou então desinstalando o Flight Simulator que estava no servidor). A situação do Ez é ainda pior, pois está sem computador em casa.
Agora, inacreditável mesmo é ligar para 102 (que, assim como o Velox, é um serviço da Telemar), pedir o número do telefone de suporte do Velox e eles não saberem.
Isso cansa.
Agora, inacreditável mesmo é ligar para 102 (que, assim como o Velox, é um serviço da Telemar), pedir o número do telefone de suporte do Velox e eles não saberem.
Isso cansa.
18 de dez. de 2001
As coisas pioraram. Mas hei de ter fé.
Pra amenizar: galera do Rio, hoje tem lançamento da Tupigrafia nº 2 - a primeira revista brasilieira de você sabe bem o que. Vai ser lá na sede da 2AB, por volta das 19h. Reza a lenda que Tony (editor) e Márcio (faz-tudo-e-mais-um-pouco) estarão presentes, mas só acredito vendo. Em pauta Millôr, Steinberg, Subvertáipe, Gentileza e mais uma pá de gente boa. Apareça pra garantir o seu exemplar e de quebra tomar todas e conversar sobre o nada.
Pra amenizar: galera do Rio, hoje tem lançamento da Tupigrafia nº 2 - a primeira revista brasilieira de você sabe bem o que. Vai ser lá na sede da 2AB, por volta das 19h. Reza a lenda que Tony (editor) e Márcio (faz-tudo-e-mais-um-pouco) estarão presentes, mas só acredito vendo. Em pauta Millôr, Steinberg, Subvertáipe, Gentileza e mais uma pá de gente boa. Apareça pra garantir o seu exemplar e de quebra tomar todas e conversar sobre o nada.
17 de dez. de 2001
16 de dez. de 2001
15 de dez. de 2001
14 de dez. de 2001
E por falar em vídeo digital, domingo é o último dia de votação da mostra Brasil Digital. Dê um pulinho lá e aproveite para assistir os curtas. E viva a produção nacional.
Começou ontem o Resfest, edição Brasil. Hoje, as 21h, vai rolar o longa de animação Blood - The Last Vampire e as 23h tem clipes brasileiros de música eletrônica, com Live P.A. do AD. Alguém se habilita?
13 de dez. de 2001
O que faz um simples mortal passar para a categoria de mestre, é quando ele compoe uma obra prima como First Circle.
Chega a ser infantil traçar algum comentário sobre algo maravilhosamente, deslumbrantemente e irritantemente perfeito. Sua forma, linha melódica, harmonia, dinâmica e execução se encaixam de maneira tão irretocável, que faz parecer que os membros do Pat Metheny Group nasceram uns para os outros. Lyle Mays, braço direito de Pat, coroa a obra com um dos solos de piano mais lindos que já ouvi em toda minha vida. Coisa de gênio mesmo.
As pessoas não precisam de banho de descarrego, olho grego, folha de arruda, cristais - não senhor, nada disso! Basta uma dose de First Circle uma vezinha por dia, de manhã ou à noite. Espanta mau-olhado, alivia a mente, purifica a alma e torna a vida mais saudável.
Chega a ser infantil traçar algum comentário sobre algo maravilhosamente, deslumbrantemente e irritantemente perfeito. Sua forma, linha melódica, harmonia, dinâmica e execução se encaixam de maneira tão irretocável, que faz parecer que os membros do Pat Metheny Group nasceram uns para os outros. Lyle Mays, braço direito de Pat, coroa a obra com um dos solos de piano mais lindos que já ouvi em toda minha vida. Coisa de gênio mesmo.
As pessoas não precisam de banho de descarrego, olho grego, folha de arruda, cristais - não senhor, nada disso! Basta uma dose de First Circle uma vezinha por dia, de manhã ou à noite. Espanta mau-olhado, alivia a mente, purifica a alma e torna a vida mais saudável.
12 de dez. de 2001
Não simpatizo com o Gerald Thomas, não mesmo. Que ele tem uma postura arrogante em suas colocações, isso não é novidade nenhuma. Mas a gota d'água pra mim foi quando o JB publicou um artigo (com destaque na primeira página e tudo mais) no qual Gerald descascava o poeta Chacal, usando frases do tipo 'guarde seu recalque para você', devido a uns lances que ele havia dito a respeito dos Estados Unidos na época dos atentados. Não concordo com as colocações de Chacal, mas a atitude de Gerald me enojou. Ir aos jornais no intuito de esculhambar alguém publicamente, repleto de ofensas de cunho pessoal, jamais será coisa de sujeito homem. Soa, no mínimo, como abuso de poder.
Mas Geraldisses a parte, ao ler o Caderno B de hoje dei de cara com esse texto, do próprio. E tenho que dar o braço a torcer. Gerald nesse ponto está coberto de razão. É isso aí mesmo, sem tirar nem por. Muito me entristece ver o meu Rio nessas condições. Eu lia um parágrafo e pensava 'pior que não é só isso, ainda tem mais isso' e logo no parágrafo seguinte ele citava exatamente o que eu havia pensado. Vale a leitura.
Como diria um camarada meu, 'o Rio está virando a maior academia do mundo'. E pode ter certeza, não é a Brasileira de Letras que ele se referia.
Mas Geraldisses a parte, ao ler o Caderno B de hoje dei de cara com esse texto, do próprio. E tenho que dar o braço a torcer. Gerald nesse ponto está coberto de razão. É isso aí mesmo, sem tirar nem por. Muito me entristece ver o meu Rio nessas condições. Eu lia um parágrafo e pensava 'pior que não é só isso, ainda tem mais isso' e logo no parágrafo seguinte ele citava exatamente o que eu havia pensado. Vale a leitura.
Como diria um camarada meu, 'o Rio está virando a maior academia do mundo'. E pode ter certeza, não é a Brasileira de Letras que ele se referia.
Tô pra ver reação mais idiota e monga que a das pessoas quando descobrem que cairam numa pegadinha do Candid Camera.
Aliás, tô pra ver apresentadores mais idiotas e mongos que os do Candid Camera.
Aliás, tô pra ver programa mais idiota e mongo que o Candid Camera.
Aliás, existe sim: Saturday Night Live.
Aliás, tô pra ver apresentadores mais idiotas e mongos que os do Candid Camera.
Aliás, tô pra ver programa mais idiota e mongo que o Candid Camera.
Aliás, existe sim: Saturday Night Live.
11 de dez. de 2001
Um leitor deste humilde dublê de designer que vos escreve, encontrou a letra de Mormaço e fez a gentileza de mandar pra cá. Olha que coisa sensacional:
---
Mormaço (João Roberto Kelly)
Você chegou
Na minha vida lentamente
Você foi paz
Você foi gente
Me fez feliz
Me fez contente
Você me deu
O seu sorriso todo branco de paz
E muito mais
Me deu ternura e até prazer
De viver
E agora, sem você eu nada faço
Seu amor foi o mormaço
Que me queimou, sem querer
Não vá embora, nunca mais
Não quero acordar deste sonho
Bonito, de paz.
---
É tão cafona que chega a ser genial. Uma salva palmas para João Roberto Kelly!
Brigadão, Will. Outra dica preciosa que ele passou foi o site Músicas Antigas, onde encontrou a letra de Mormaço. O sujeito se deu o trabalho de digitar mais de 1.600 letras de músicas. Para os saudosistas é um prato cheio.
---
Mormaço (João Roberto Kelly)
Você chegou
Na minha vida lentamente
Você foi paz
Você foi gente
Me fez feliz
Me fez contente
Você me deu
O seu sorriso todo branco de paz
E muito mais
Me deu ternura e até prazer
De viver
E agora, sem você eu nada faço
Seu amor foi o mormaço
Que me queimou, sem querer
Não vá embora, nunca mais
Não quero acordar deste sonho
Bonito, de paz.
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É tão cafona que chega a ser genial. Uma salva palmas para João Roberto Kelly!
Brigadão, Will. Outra dica preciosa que ele passou foi o site Músicas Antigas, onde encontrou a letra de Mormaço. O sujeito se deu o trabalho de digitar mais de 1.600 letras de músicas. Para os saudosistas é um prato cheio.
10 de dez. de 2001
9 de dez. de 2001
Assistindo MTV num sabado a noite:
. O clipe Zambação do Funk Como Le Gusta é um dos mais legais, criativos e baratos (no bom sentido) que eu já vi. Os caras tiveram a felicidade de encontrar num antiquário, rolos de Super 8 com umas imagens sensacionais - uma espécie de filme policial classe C que alguém provavelmente nunca levou adiante. A música é duca, a edição é cheia de detalhes e o resultado é primoroso.
. Muito bom o 'clipe-documentário' do Clube do Balanço. Todo feito em DV, simples e de bom gosto. É muito bom saber que as pessoas estão adotando formatos alternativos como forma de baratear a produção, preservando um bom padrão de qualidade e não ficando restritas apenas ao 16mm.
. No clipe Manual Prático para Bailes, Festas e Afins do Ed Motta, dentro daquele clima nostálgico aparece de relance o saudoso luminoso da Mesbla, que ficava ali no Passeio Público, no Rio de Janeiro. Apenas um detalhe da bela direção de fotografia de Breno Silveira.
. Não há quem me convença de que o clipe All Around the World do Oasis não seja uma homenagem ao Yellow Submarine. E ainda têm a coragem de vir com essa ladainha de que não curtem Beatles. Dá um tempo...
. Aerosmith é a banda mais brega de todos os tempos. Perde feio pra Bon Jovi.
. Curto pacas o som do Otto, mas esse rapaz tem problemas.
. O clipe Zambação do Funk Como Le Gusta é um dos mais legais, criativos e baratos (no bom sentido) que eu já vi. Os caras tiveram a felicidade de encontrar num antiquário, rolos de Super 8 com umas imagens sensacionais - uma espécie de filme policial classe C que alguém provavelmente nunca levou adiante. A música é duca, a edição é cheia de detalhes e o resultado é primoroso.
. Muito bom o 'clipe-documentário' do Clube do Balanço. Todo feito em DV, simples e de bom gosto. É muito bom saber que as pessoas estão adotando formatos alternativos como forma de baratear a produção, preservando um bom padrão de qualidade e não ficando restritas apenas ao 16mm.
. No clipe Manual Prático para Bailes, Festas e Afins do Ed Motta, dentro daquele clima nostálgico aparece de relance o saudoso luminoso da Mesbla, que ficava ali no Passeio Público, no Rio de Janeiro. Apenas um detalhe da bela direção de fotografia de Breno Silveira.
. Não há quem me convença de que o clipe All Around the World do Oasis não seja uma homenagem ao Yellow Submarine. E ainda têm a coragem de vir com essa ladainha de que não curtem Beatles. Dá um tempo...
. Aerosmith é a banda mais brega de todos os tempos. Perde feio pra Bon Jovi.
. Curto pacas o som do Otto, mas esse rapaz tem problemas.
8 de dez. de 2001
Para quem tem mais de 25 anos: Hering Rasti, Espirógrafo e Batalha Naval.
Mais que aqueles emails pentelhos que entopem nossa caixa postal, um site recheado de recentes velharias que iluminaram nossa infância. De talão de loteria ao símbolo da TV Tupi, com direito a fotos. Coisa que eu não via há muito tempo mesmo, como os anúncios do Ferrorama e da Caloi (Não esqueça da minha Caloi!) e o logo da TVS, que muitos chamavam de TV Sílvio Santos. Vale a visita.
A sessão 'desenhos' é outra delícia. E eu achando que era o único que lembrava da música de abertura do Demolidor!
Mais que aqueles emails pentelhos que entopem nossa caixa postal, um site recheado de recentes velharias que iluminaram nossa infância. De talão de loteria ao símbolo da TV Tupi, com direito a fotos. Coisa que eu não via há muito tempo mesmo, como os anúncios do Ferrorama e da Caloi (Não esqueça da minha Caloi!) e o logo da TVS, que muitos chamavam de TV Sílvio Santos. Vale a visita.
A sessão 'desenhos' é outra delícia. E eu achando que era o único que lembrava da música de abertura do Demolidor!
Beber, bebi...
Nada como um Ronca após o outro. Atendendo a pedidos, MauVal manda avisar: dia 21, Ronca-Fecha-Tampa.
Pra selar, acorrentar e atirar ao mar o baú das mazelas de 2001.
Nada como um Ronca após o outro. Atendendo a pedidos, MauVal manda avisar: dia 21, Ronca-Fecha-Tampa.
Pra selar, acorrentar e atirar ao mar o baú das mazelas de 2001.
7 de dez. de 2001
E por falar em samba, por onde anda João Roberto Kelly?
Lembro até hoje de seu programa 'Gente do Rio', transmitido pela TV Corcovado. Era genial. Entre um bloco e outro, o compositor - uma figuraça, parecia estar sempre bêbado -, autor de músicas como 'Cabeleira do Zezé' e 'Mulata Bossa Nova', dedilhava seu Fender Rhodes enquanto cantarolava clássicos do carnaval carioca (ou como ele próprio chamava, 'os grandes hits carnavalescos').
O mais sensacional era quando ele - lá pela 15a. dose, acredito eu - perdia toda sua inibição e lascava um trechinho de 'Mormaço', de sua autoria. Essa música deveria ser colocada num altar do samba, num hall of fame da poesia brasileira. Não me lembro exatamente da letra, mas o finalzinho do refrão nunca me escapou da memória: 'nosso amor foi um mormaço, que me queimou sem querer'.
Não é genial?
Pelo amor de Deus, se alguém tiver alguma gravação ou souber a letra dessa música na íntegra, manda pra cá.
Lembro até hoje de seu programa 'Gente do Rio', transmitido pela TV Corcovado. Era genial. Entre um bloco e outro, o compositor - uma figuraça, parecia estar sempre bêbado -, autor de músicas como 'Cabeleira do Zezé' e 'Mulata Bossa Nova', dedilhava seu Fender Rhodes enquanto cantarolava clássicos do carnaval carioca (ou como ele próprio chamava, 'os grandes hits carnavalescos').
O mais sensacional era quando ele - lá pela 15a. dose, acredito eu - perdia toda sua inibição e lascava um trechinho de 'Mormaço', de sua autoria. Essa música deveria ser colocada num altar do samba, num hall of fame da poesia brasileira. Não me lembro exatamente da letra, mas o finalzinho do refrão nunca me escapou da memória: 'nosso amor foi um mormaço, que me queimou sem querer'.
Não é genial?
Pelo amor de Deus, se alguém tiver alguma gravação ou souber a letra dessa música na íntegra, manda pra cá.
6 de dez. de 2001
Uma tarde com Dona Maria:
"Vô acordá o Creito porra nenhuma... sô babá di ninguém. Fica aí no quarto tomandu pir*ca o dia inteiro... parece que sei lá... e tome pir*ca, e tome pir*ca. Num dá naum, Graudi.'
"Ô Sandra, si tu mexê no meu radim, quebro esse seu rabo. Num vem não... vai tomá um p*u nesse rabão, vai."
Só pra constar: Creito (Clayton) é um amigo do meu irmão, Graudi sou eu e Sandra é uma de suas filhas.
João Gordo: morra de inveja de minha empregada.
"Vô acordá o Creito porra nenhuma... sô babá di ninguém. Fica aí no quarto tomandu pir*ca o dia inteiro... parece que sei lá... e tome pir*ca, e tome pir*ca. Num dá naum, Graudi.'
"Ô Sandra, si tu mexê no meu radim, quebro esse seu rabo. Num vem não... vai tomá um p*u nesse rabão, vai."
Só pra constar: Creito (Clayton) é um amigo do meu irmão, Graudi sou eu e Sandra é uma de suas filhas.
João Gordo: morra de inveja de minha empregada.
Hoje começamos a produzir nosso videofolio. Confesso que fiquei bastante impressionado (e feliz) com a qualidade do meu brinquedinho - até então ele não tinha sido utilizado para algo mais consistente, apenas para captação de imagens, como dizem, 'à moda c*ralho'. Fazendo alguns ajustes e gravando em condições razoáveis de luz, dá para chegar a um resultado muito bacana, algo próximo a 16mm.
Posso estar sendo precipitado, mas estou com uma ótima sensação em relação a essa nossa empreitada. Acho que vem coisa boa por aí. Mas ainda há muito trabalho pela frente, vamos aguardar.
Posso estar sendo precipitado, mas estou com uma ótima sensação em relação a essa nossa empreitada. Acho que vem coisa boa por aí. Mas ainda há muito trabalho pela frente, vamos aguardar.
5 de dez. de 2001
Para quem vive dizendo que eu só aviso as coisas em cima da hora, antecipo-me: sexta-feira é dia de Ronca-Ronca, festa comandada pelo lendário MauVal, no Cine Ideal. Não preciso dizer pela trocentésima vez que é imperdível.
Imprima já sua filipeta e programe-se para não perder uma das melhores coisas que acontecem nessa cidade.
A gente se vê lá.
Imprima já sua filipeta e programe-se para não perder uma das melhores coisas que acontecem nessa cidade.
A gente se vê lá.
4 de dez. de 2001
3 de dez. de 2001
Uma tarde trabalhando no cd-rom do relatório anual de Furnas, uma tarde de mau humor garantida.
Mas não há cara feia que o som de C + C Music Factory não cure. Não sou fã de house nem de dance music, mas eu amo esses caras. O trabalho de produção musical deles era fantástico, recheado de detalhes, viradas e timbres de bateria, numa pulsação muito própria, inimitável - tanto que hoje, muitos moderninhos sampleiam suas levadas sem medo de serem felizes.
Genial.
Mas não há cara feia que o som de C + C Music Factory não cure. Não sou fã de house nem de dance music, mas eu amo esses caras. O trabalho de produção musical deles era fantástico, recheado de detalhes, viradas e timbres de bateria, numa pulsação muito própria, inimitável - tanto que hoje, muitos moderninhos sampleiam suas levadas sem medo de serem felizes.
Genial.
Leo Caldi, camarada dos tempos de Afeganistão, inaugura seu blog. Design com transmissão ao vivo, diretamente da terra de Napoleão.
Hoje fui ver "Sexto Sentido - parte II". Legalzinho. É de Hollywood mas é limpinho.
O interessante é que tinha tudo pra ser um daqueles filmes cheios de efeitos especiais cafonas, mas não é. Ponto pra eles.
Cinema é a maior diversão.
E a Nicole tá batendo um bolão.
O interessante é que tinha tudo pra ser um daqueles filmes cheios de efeitos especiais cafonas, mas não é. Ponto pra eles.
Cinema é a maior diversão.
E a Nicole tá batendo um bolão.
1 de dez. de 2001
30 de nov. de 2001
Quando os Beatles se 'reuniram' para gravar Free As a Bird, o que mais ouvi foi gente malhando (como sempre). Bom, particularmente acho uma belíssima música. As inconfudíveis e irretocáveis guitarras de George Harrison, somadas ao som ruidento da gravação de Lennon e aos vocais, soaram como uma luva, deram uma atmosfera retrô e fizeram recordar aquela sonoridade única dos velhos tempos. Um legítimo chacundum, no sentido mais literal que essa palavra possa ter, e terá sempre seu cantinho garantido aqui.
Na primeira nota da guitarra já dá pra sacar quem é o dono. Assim me despeço de George: ouvindo em alto e bom som a introdução desta canção.
Na primeira nota da guitarra já dá pra sacar quem é o dono. Assim me despeço de George: ouvindo em alto e bom som a introdução desta canção.
Para quem é ignorante como eu, fica aqui a pedra cantada por Leo Caldi.
Você sabe por que é que as páginas de internet da suíça terminam com .CH ? Porque é a Confederation Helvetique (Confederação Helvética).
E nem vem dizer que sempre soube disso porque é feio rir da burrice alheia, tá?
Você sabe por que é que as páginas de internet da suíça terminam com .CH ? Porque é a Confederation Helvetique (Confederação Helvética).
E nem vem dizer que sempre soube disso porque é feio rir da burrice alheia, tá?
29 de nov. de 2001
Momentos de ouro de uma viagem à Bahia:
Eu por eu mesmo.
A mulher que eu amo ...
... de novo.
A xenti!
Adriana, Fabio, Mario (acertei?), Gabi, Manu e eu com cara de demente.
Momento Tony de Marco 1.
Momento Tony de Marco 2.
Voe Gol.
Idem.
E mais um tostão da minha voz.
Perceberam como a Bahia é linda?
Eu por eu mesmo.
A mulher que eu amo ...
... de novo.
A xenti!
Adriana, Fabio, Mario (acertei?), Gabi, Manu e eu com cara de demente.
Momento Tony de Marco 1.
Momento Tony de Marco 2.
Voe Gol.
Idem.
E mais um tostão da minha voz.
Perceberam como a Bahia é linda?
Sen-sa-cio-nal. Joguinho em Shockwave desenvolvido pelo camarada Estiga e seus comparsas da LocZ. Diversão para toda a família.
28 de nov. de 2001
Senhoras e senhores, o mundo virtual de ora-ito, um rapazinho de 24 anos que começou sua carreira de designer industrial desenvolvendo, por espontânea vontade, produtos imaginários para marcas famosas como Apple, Louis Vuitton e Nike.
Seu site foi ficando conhecido e muitas empresas começaram a acreditar que tudo aquilo era de verdade, dada a seriedade e a competência com que tratava o assunto (com direito a press releases e tudo mais). Começaram então a surgir pedidos de encomendas de grandes magazines, daquilo que jamais havia sido fabricado (na verdade, sequer prototipado) como o 'isqueiro atômico Bic'. Resultado: hoje em dia muitos dos seus parodiáveis são seus clientes de verdade.
Uma verdadeira lição para os jovens designers de produto, que vivem chorando suas mágoas dizendo que não tem mercado, que é caro prototipar, que é isso, que é aquilo, muitas vezes justificando sua baixa produtividade e pouco reconhecimento.
Taí. Primeiro você cria e mostra serviço. Depois arruma o poblema.
Seu site foi ficando conhecido e muitas empresas começaram a acreditar que tudo aquilo era de verdade, dada a seriedade e a competência com que tratava o assunto (com direito a press releases e tudo mais). Começaram então a surgir pedidos de encomendas de grandes magazines, daquilo que jamais havia sido fabricado (na verdade, sequer prototipado) como o 'isqueiro atômico Bic'. Resultado: hoje em dia muitos dos seus parodiáveis são seus clientes de verdade.
Uma verdadeira lição para os jovens designers de produto, que vivem chorando suas mágoas dizendo que não tem mercado, que é caro prototipar, que é isso, que é aquilo, muitas vezes justificando sua baixa produtividade e pouco reconhecimento.
Taí. Primeiro você cria e mostra serviço. Depois arruma o poblema.
27 de nov. de 2001
Bom, a Bahia não é exatamente a Pasárgada. Apesar de ter encontrado a mulher que eu quero e deitado na cama que escolhi, achei um lugar um pouco diferente do que me contavam. Como turista de 10 dias, ficam aqui as minhas impressões sobre Salvador e adjacências.
Baiano é lento - mentira. Não tive grandes aborrecimentos para ser atendido em postos de gasolina, shoppings, restaurantes ou no Mc Donald´s. O problema é que faz um calor do cão, e um pouco de lentidão acaba sendo inevitável. Mas no geral são bem eficientes.
É um lugar lindo - mentira. Salvador não tem o menor planejamento urbano, é uma zona total. Para se ter idéia, a orla - onde deveria ser a região nobre, como em qualquer cidade litorânea do mundo - é inteirinha cercada por favelas. Existem pontos pitorescos sim, como o Farol da Barra e algumas praias mais afastadas, mas no geral é pura probreza, bem diferente do que se vê nos cartões postais e do que se ouve nas rimas de axé music.
A comida é uma delícia - verdade. Lá se come muito bem e sem miséria. Recomendo o restaurante Yemanjá - não é a pedida mais barata, mas a comida é farta e deliciosa. Peça uma porção de acarajé, um bobó de camarão e uma caipirinha de cajá-manga e viva mais feliz.
A comida é apimentada - verdade. Alias, não que ela seja apimentada, mas a pimenta que eles servem é bem forte. Para os iniciados, é um prato cheio. Bom demais.
O povo é muito simpático - mentira. Pelo contrário, é um povo bem grosseiro, infelizmente (com exceção dos bahianos Adriana, Fábio e... putz, como era o nome do casal?, que são nota 1000). Ninguém me atendeu com um sorriso, muito menos com cara de muitos amigos. E se for ao supermercado, se prepare para arrancar na marra os carrinhos que a galera deixa - sem a menor cerimônia - no meio dos corredores. Se pedir educadamente que os retirem da passagem, esteja pronto pra tomar uma cara feia em troca.
As bahianas são lindas - verdade. 'O charme e a beleza da mulher brasileira'!
As praias são lindas - meia verdade. São bonitinhas, mas mal cuidadas. O povo joga lixo na areia, sem a menor cerimônia - coisa que o carioca aprendeu a não fazer. Ainda estou para conhecer praias 'de cidade' mais bonitas que as do Rio. Ipanema continua insuperável: areia branquinha, orla bem cuidada e as mulheres mais lindas do planeta.
Se come muito acarajé - verdade. Acarajé é o hot dog, o podrão bahiano - tem em todo canto, em qualquer barraquinha de rua. É baratinho, saboroso e confiável.
Tem trio elétrico o dia inteiro - mentira. Não vi um triozinho sequer, pela graça do bom Deus.
Toca axé music o dia inteiro - mentira. Antes fosse. Também toca Leonardo, Daniel, KLB, Sandy e Júnior...
ACM é rei - verdade. É o legítimo coronelzão. Dá pra ser feliz?
E mais:
. A Bahia é o único lugar do mundo onde chamam 'camiseta' de 'abadá'.
. Depois de dirigir na Bahia você passa a entender o termo 'baianada'. Ô povo ruim de roda.
. Schincariol é a cerveja do momento. Logo em seguida, Kaiser. Que mais eu posso dizer?
Baiano é lento - mentira. Não tive grandes aborrecimentos para ser atendido em postos de gasolina, shoppings, restaurantes ou no Mc Donald´s. O problema é que faz um calor do cão, e um pouco de lentidão acaba sendo inevitável. Mas no geral são bem eficientes.
É um lugar lindo - mentira. Salvador não tem o menor planejamento urbano, é uma zona total. Para se ter idéia, a orla - onde deveria ser a região nobre, como em qualquer cidade litorânea do mundo - é inteirinha cercada por favelas. Existem pontos pitorescos sim, como o Farol da Barra e algumas praias mais afastadas, mas no geral é pura probreza, bem diferente do que se vê nos cartões postais e do que se ouve nas rimas de axé music.
A comida é uma delícia - verdade. Lá se come muito bem e sem miséria. Recomendo o restaurante Yemanjá - não é a pedida mais barata, mas a comida é farta e deliciosa. Peça uma porção de acarajé, um bobó de camarão e uma caipirinha de cajá-manga e viva mais feliz.
A comida é apimentada - verdade. Alias, não que ela seja apimentada, mas a pimenta que eles servem é bem forte. Para os iniciados, é um prato cheio. Bom demais.
O povo é muito simpático - mentira. Pelo contrário, é um povo bem grosseiro, infelizmente (com exceção dos bahianos Adriana, Fábio e... putz, como era o nome do casal?, que são nota 1000). Ninguém me atendeu com um sorriso, muito menos com cara de muitos amigos. E se for ao supermercado, se prepare para arrancar na marra os carrinhos que a galera deixa - sem a menor cerimônia - no meio dos corredores. Se pedir educadamente que os retirem da passagem, esteja pronto pra tomar uma cara feia em troca.
As bahianas são lindas - verdade. 'O charme e a beleza da mulher brasileira'!
As praias são lindas - meia verdade. São bonitinhas, mas mal cuidadas. O povo joga lixo na areia, sem a menor cerimônia - coisa que o carioca aprendeu a não fazer. Ainda estou para conhecer praias 'de cidade' mais bonitas que as do Rio. Ipanema continua insuperável: areia branquinha, orla bem cuidada e as mulheres mais lindas do planeta.
Se come muito acarajé - verdade. Acarajé é o hot dog, o podrão bahiano - tem em todo canto, em qualquer barraquinha de rua. É baratinho, saboroso e confiável.
Tem trio elétrico o dia inteiro - mentira. Não vi um triozinho sequer, pela graça do bom Deus.
Toca axé music o dia inteiro - mentira. Antes fosse. Também toca Leonardo, Daniel, KLB, Sandy e Júnior...
ACM é rei - verdade. É o legítimo coronelzão. Dá pra ser feliz?
E mais:
. A Bahia é o único lugar do mundo onde chamam 'camiseta' de 'abadá'.
. Depois de dirigir na Bahia você passa a entender o termo 'baianada'. Ô povo ruim de roda.
. Schincariol é a cerveja do momento. Logo em seguida, Kaiser. Que mais eu posso dizer?
15 de nov. de 2001
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha falsa e demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as hitórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Paságarda tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que quero
na cama que escolherei
Vou-me embora para Pasárgada.
Manuel Bandeira
Tô indo. Volto dia 26.
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha falsa e demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as hitórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Paságarda tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que quero
na cama que escolherei
Vou-me embora para Pasárgada.
Manuel Bandeira
Tô indo. Volto dia 26.
Definitvamente, eu odeio comida à quilo. Primeiro porque tudo tem uma cara ótima, mas um gosto de merda. Segundo porque você fica perdidinho em meio a tanta opção e acaba fazendo uma lambança gastronômica, misturando frango, bolinho de carne, talharim, batata frita, arroz à piemontesa, picanha e empadinha. E terceiro porque odeio comer por amostragem.
Viva o serviço a la carte.
Viva o serviço a la carte.
14 de nov. de 2001
É por isso que eu odeio os dias e adoro as noites.
Outra pérola que acabo de encontrar. Lista com todas as gravações de Charlie Parker.
Outra pérola que acabo de encontrar. Lista com todas as gravações de Charlie Parker.
Vou chorar.
De todas as coisas que eu já vi na internet, acho que poucas me emocionaram tanto quanto a que eu acabo de encontrar.
Isso mesmo! The Real Book, volumes 1, 2 e 3, em suas versões originais, da época em que eram manuscritos e (até onde eu sei) royaltie free.
Para os desavisados: o Real Book é uma espécie de livro sagrado dos músicos, especialmente dos amantes de jazz. Nele você encontra as partituras de quase todos os standards, com direito às cifras e, em alguns casos, às linhas de baixo. É livro de cabeceira dos músicos de jazz, principalmente dos estudantes daquela famosa universidade americana. Algumas partituras contêm erros, mas ainda assim não existe jam sem Real Book.
Há uns 15 anos era muito difícil de ser encontrado, pelo menos aqui no Brasil. Então passava de mão em mão, de xerox em xerox. Afinal, ter um Real Book era um fetiche, objeto de desejo de qualquer músico. O tratavam com tanto respeito que era sempre encadernado da mesma maneira: uma espiral gigante de plástico (daquelas de garras, saca?) e uma sobrecapa de plástico azul. Podreira total. E mesmo assim era lindo.
Uma vez o vi vendendo na Sam Ash, em Nova Iorque, seguindo os mesmos padrões de encadernação. Por isso sempre fiquei na dúvida se era mesmo royaltie free, ou se a pirataria rolava solta. Se alguem souber, por favor, e-mail-me.
Mais tarde ele foi lançado por algumas editoras com nomes parecidos, mas mantendo a mesma idéia: The New Real Book, The Fake Book, etc. Mas confesso que nunca vi muita graça. Não têm o mesmo charme daquelas folhas gastas que viviam soltando, nem daquele logo (clássico!) feito à mão, muito menos das partituras manuscritas - nesses, elas foram diagramadas e editoradas no computador. É limpinho demais.
Esse é o verdadeiro livro. Uma salva de palmas para ele!
De todas as coisas que eu já vi na internet, acho que poucas me emocionaram tanto quanto a que eu acabo de encontrar.
Isso mesmo! The Real Book, volumes 1, 2 e 3, em suas versões originais, da época em que eram manuscritos e (até onde eu sei) royaltie free.
Para os desavisados: o Real Book é uma espécie de livro sagrado dos músicos, especialmente dos amantes de jazz. Nele você encontra as partituras de quase todos os standards, com direito às cifras e, em alguns casos, às linhas de baixo. É livro de cabeceira dos músicos de jazz, principalmente dos estudantes daquela famosa universidade americana. Algumas partituras contêm erros, mas ainda assim não existe jam sem Real Book.
Há uns 15 anos era muito difícil de ser encontrado, pelo menos aqui no Brasil. Então passava de mão em mão, de xerox em xerox. Afinal, ter um Real Book era um fetiche, objeto de desejo de qualquer músico. O tratavam com tanto respeito que era sempre encadernado da mesma maneira: uma espiral gigante de plástico (daquelas de garras, saca?) e uma sobrecapa de plástico azul. Podreira total. E mesmo assim era lindo.
Uma vez o vi vendendo na Sam Ash, em Nova Iorque, seguindo os mesmos padrões de encadernação. Por isso sempre fiquei na dúvida se era mesmo royaltie free, ou se a pirataria rolava solta. Se alguem souber, por favor, e-mail-me.
Mais tarde ele foi lançado por algumas editoras com nomes parecidos, mas mantendo a mesma idéia: The New Real Book, The Fake Book, etc. Mas confesso que nunca vi muita graça. Não têm o mesmo charme daquelas folhas gastas que viviam soltando, nem daquele logo (clássico!) feito à mão, muito menos das partituras manuscritas - nesses, elas foram diagramadas e editoradas no computador. É limpinho demais.
Esse é o verdadeiro livro. Uma salva de palmas para ele!
11 de nov. de 2001
Tá sem saco de ir à padaria? Fica aqui a dica culinária da vovó:
Manja aquele pãozinho francês que está há dois dias no cesto? Pois bem.
Umedeça-os com água (pode ser com leite também). Não é pra encharcar, é só pra dar uma leve umedecida. Em seguida coloque-os no forninho, virando-os sempre, sem deixar queimar. Só pra dar uma ligeira tostada.
Fica uma delícia. Parece que acabaram de sair da panificação.
Agora, dica culinária de Haroldinho: tenha sempre no congelador um estoque de carpaccio. É o acompanhamento ideal para os pãezinhos!
Manja aquele pãozinho francês que está há dois dias no cesto? Pois bem.
Umedeça-os com água (pode ser com leite também). Não é pra encharcar, é só pra dar uma leve umedecida. Em seguida coloque-os no forninho, virando-os sempre, sem deixar queimar. Só pra dar uma ligeira tostada.
Fica uma delícia. Parece que acabaram de sair da panificação.
Agora, dica culinária de Haroldinho: tenha sempre no congelador um estoque de carpaccio. É o acompanhamento ideal para os pãezinhos!
Momentos de ouro de um domingo legal (parte 1):
Silvio Santos pergunta: 'a melancia é originária de qual continente?'
Respostas:
- 'México!'
- 'Estados Unidos!'
- 'Japão!'
- 'Argentina!'
Ele repete: 'de qual continente?'
De novo:
- 'Austrália!'
- 'França!'
- 'Peru!'
Eu sei que é feio rir da ignorância alheia, mas o Sílvio me diverte.
Silvio Santos pergunta: 'a melancia é originária de qual continente?'
Respostas:
- 'México!'
- 'Estados Unidos!'
- 'Japão!'
- 'Argentina!'
Ele repete: 'de qual continente?'
De novo:
- 'Austrália!'
- 'França!'
- 'Peru!'
Eu sei que é feio rir da ignorância alheia, mas o Sílvio me diverte.
10 de nov. de 2001
Deu na Folha (sobre o 'caso pataxó'):
"(...) Livino culpou a mídia, especialmente os articuladores, por influir na decisão dos jurados. "Os articulistas de plantão escreveram artigos com a miséria alheia, sem conhecerem os autos e os agentes do caso. São pessoas a fim de aparecer, que não têm um sentido, um significado, não sei...", disse o advogado.(...)"
Bom, se relatar o caso nos jornais, mesmo que de forma imparcial, é 'se aproveitar da miséria alheia', e se isso é uma atitude 'sem sentido e sem significado', como você classifica quando 4 filhinhos de papai, bem nutridos (agora bem comidos) e bem escolados tacam fogo num pobre coitado que dorme num banco de rua, just to have fun?
Sinceramente?
"(...) Livino culpou a mídia, especialmente os articuladores, por influir na decisão dos jurados. "Os articulistas de plantão escreveram artigos com a miséria alheia, sem conhecerem os autos e os agentes do caso. São pessoas a fim de aparecer, que não têm um sentido, um significado, não sei...", disse o advogado.(...)"
Bom, se relatar o caso nos jornais, mesmo que de forma imparcial, é 'se aproveitar da miséria alheia', e se isso é uma atitude 'sem sentido e sem significado', como você classifica quando 4 filhinhos de papai, bem nutridos (agora bem comidos) e bem escolados tacam fogo num pobre coitado que dorme num banco de rua, just to have fun?
Sinceramente?
9 de nov. de 2001
8 de nov. de 2001
Freak Show tranquilis. Casa cheia, público receptivo, dois datashows projetando simultâneamente e alto e bom som. Se não fossem algumas luzes acesas até os primeiros 10 minutos (ninguém sabia onde ficava o interruptor), teria sido perfeito. Acho que encerrou com chave de ouro nossa World Tour 2001. Ano que vem tem mais.
7 de nov. de 2001
Com o perdão da palavra, mas...
CARALHO.
É a única coisa que consigo dizer após duas horas de pura cacetada. O show foi impecável, incomparável e incontestável.
Miller matou a cobra, (quase) mostrou o pau e de lambuja prestou homenagens à ele, à ele, à ele, à ele, à esse outro aqui e, é claro, ao maior de todos os mestres.
Me desculpem, mas preciso berrar.
CARALHO.
CARALHO.
É a única coisa que consigo dizer após duas horas de pura cacetada. O show foi impecável, incomparável e incontestável.
Miller matou a cobra, (quase) mostrou o pau e de lambuja prestou homenagens à ele, à ele, à ele, à ele, à esse outro aqui e, é claro, ao maior de todos os mestres.
Me desculpem, mas preciso berrar.
CARALHO.
6 de nov. de 2001
Também sou filho de Deus, né?
Sendo assim, fui lá e brinquei de gente chique. Saldo: uma garrafa de vinho francês, uma de vinho português, um pacote de carpaccio e um tablete de marzipan.
E tratei de me adiantar. Se ficasse mais um minutinho levaria metade da loja (e depois contrataria um pedreiro pra quebrar a parede do meu quarto, pois não conseguiria mais sair pela porta).
Gorduuura!
Sendo assim, fui lá e brinquei de gente chique. Saldo: uma garrafa de vinho francês, uma de vinho português, um pacote de carpaccio e um tablete de marzipan.
E tratei de me adiantar. Se ficasse mais um minutinho levaria metade da loja (e depois contrataria um pedreiro pra quebrar a parede do meu quarto, pois não conseguiria mais sair pela porta).
Gorduuura!
5 de nov. de 2001
Em 87 um sujeito do bem falou:
'Acredito que música tenha sido a primeira coisa que surgiu no mundo. Quando o mundo nasceu, com certeza houve uma vibração. E se houve uma vibração, houve música'.
Alguns gostam de pintura, outros de teatro, outros de dança... mas todo mundo gosta de música. É algo tão presente na nossa vida que a gente mal consegue se dar conta.
Há muito tempo eu li um ensaio (não me lembro de quem, isso tem pelo menos uns 10 anos) que, de cabeça, dizia mais ou menos assim:
Imagine se um dia a música resolvesse entrar em greve. Você liga o rádio e não ouve nada, apenas as vozes dos locutores. Liga a TV e também nada. Nada de jingles, nada de trilhas sonoras... entra nos estabelecimentos, em teatros, cinemas e nada se escuta, apenas vozes. Nem um acorde, nem uma batidinha sequer. Com certeza seria um mundo muito chato e sombrio.
Não é a toa que dizem ser a indústria mais lucrativa do mundo, e eu acredito fielmente nisso. Não existe nenhuma outra arte que reúna tantos apreciadores quanto a música. Basta pensar que alguns shows conseguem reunir mais de um milhão de pessoas em um único local, para assistir a uma única atração. Que outra atividade artística consegue isso? Nem futebol... (ok, há tempos que futebol não é mais arte).
É por isso que nego não abre mão, faz de tudo para embargar qualquer tentativa de desestabilizar as regras que criaram. Declararam guerra contra os Napsters da vida, não porque estavam ganhando menos (pobrezinhos), mas simplesmente porque se sentiram ameaçados, e viram que poderiam ganhar ainda mais. Na cabeça dos caras, essa mudança de padrões tem que partir deles, não de unzinho qualquer.
Desde que instalamos uma conexão ADSL no escritório, nosso Audio Galaxy não teve um dia de folga. Já baixamos de tudo: rock, drum n bass, samba, erudita, chorinho, funk, disco, house... uma verdadeira festa para os ouvidos. E posso te garantir: já fiz minha listinha de CDs que pretendo comprar, após escutar todos aqueles MP3s. Alguém saiu perdendo? Não creio...
Assim, só me resta a seguinte conclusão: essas pessoas que estão no poder, que vivem da indústria da música e que são as mesmas que se opõe a esse tipo de iniciativa, não gostam de música. Não conseguem ouvir música, só conseguem ouvir cifras.
Para toda essa gente horrível, restam somente minhas palavras de carinho.
'Acredito que música tenha sido a primeira coisa que surgiu no mundo. Quando o mundo nasceu, com certeza houve uma vibração. E se houve uma vibração, houve música'.
Alguns gostam de pintura, outros de teatro, outros de dança... mas todo mundo gosta de música. É algo tão presente na nossa vida que a gente mal consegue se dar conta.
Há muito tempo eu li um ensaio (não me lembro de quem, isso tem pelo menos uns 10 anos) que, de cabeça, dizia mais ou menos assim:
Imagine se um dia a música resolvesse entrar em greve. Você liga o rádio e não ouve nada, apenas as vozes dos locutores. Liga a TV e também nada. Nada de jingles, nada de trilhas sonoras... entra nos estabelecimentos, em teatros, cinemas e nada se escuta, apenas vozes. Nem um acorde, nem uma batidinha sequer. Com certeza seria um mundo muito chato e sombrio.
Não é a toa que dizem ser a indústria mais lucrativa do mundo, e eu acredito fielmente nisso. Não existe nenhuma outra arte que reúna tantos apreciadores quanto a música. Basta pensar que alguns shows conseguem reunir mais de um milhão de pessoas em um único local, para assistir a uma única atração. Que outra atividade artística consegue isso? Nem futebol... (ok, há tempos que futebol não é mais arte).
É por isso que nego não abre mão, faz de tudo para embargar qualquer tentativa de desestabilizar as regras que criaram. Declararam guerra contra os Napsters da vida, não porque estavam ganhando menos (pobrezinhos), mas simplesmente porque se sentiram ameaçados, e viram que poderiam ganhar ainda mais. Na cabeça dos caras, essa mudança de padrões tem que partir deles, não de unzinho qualquer.
Desde que instalamos uma conexão ADSL no escritório, nosso Audio Galaxy não teve um dia de folga. Já baixamos de tudo: rock, drum n bass, samba, erudita, chorinho, funk, disco, house... uma verdadeira festa para os ouvidos. E posso te garantir: já fiz minha listinha de CDs que pretendo comprar, após escutar todos aqueles MP3s. Alguém saiu perdendo? Não creio...
Assim, só me resta a seguinte conclusão: essas pessoas que estão no poder, que vivem da indústria da música e que são as mesmas que se opõe a esse tipo de iniciativa, não gostam de música. Não conseguem ouvir música, só conseguem ouvir cifras.
Para toda essa gente horrível, restam somente minhas palavras de carinho.
4 de nov. de 2001
Pra quem ainda não entendeu o que é um chacundum, recomendo as seguintes canções:
1. Whisky a Gogo (The Fevers)
2. Have You Ever Seen the Rain (Creedence Clearwater Revival)
3. Ticket to Ride (The Beatles)
Caso continue sem entender, então só resta tratamento de choque: Fogo e Paixão (Wando).
Mas você é uma pessoa inteligente e eu sei que vai captar a mensagem.
1. Whisky a Gogo (The Fevers)
2. Have You Ever Seen the Rain (Creedence Clearwater Revival)
3. Ticket to Ride (The Beatles)
Caso continue sem entender, então só resta tratamento de choque: Fogo e Paixão (Wando).
Mas você é uma pessoa inteligente e eu sei que vai captar a mensagem.
E falando em Foley, uma surpresa agradável:
http://www.smartalecmusic.com/
Novo projeto do sujeito. Mas o mais bacana do site são os desenhos feitos por - uh??? - Miles Davis (!!!)
http://www.smartalecmusic.com/
Novo projeto do sujeito. Mas o mais bacana do site são os desenhos feitos por - uh??? - Miles Davis (!!!)
Já que temos Marcus Miller no cardápio da semana, vou relembrar o show que assisti há uns anos atrás.
Em minha humilde opinião, Marcus Miller está entre 'os 5 maiores baixistas do mundo de todos os tempos o tempo todo'. É o músico que eu gostaria de ter sido (quem mandou não estudar?). Além de versátil, sabe dosar punch, groove, suíngue, virtuosismo e sutileza, em medidas perfeitas, sem excessos. Seus solos avassaladores e percussivos, e a timbragem de seu Jazz Bass (customizado por um gênio da luthieragem) fazem levantar até cabelo do dedão do pé.
Marcus Miller esteve no Brasil em 94, no Free Jazz Festival - na época, no saudoso Hotel Nacional, hoje entregue às traças. Foi um show memorável, e entrou para meu Top 10. Veio muito bem acompanhado: dois tecladistas (depois eu lembro dos nomes), o poderoso Foley e seus solos dissonantes no baixo picollo, um trompetista, um saxofonista (Kenny Garret) e - pasmem - dois bateristas (o lendário Lenny White e Poogie Bell). Além disso, contou com as participações pra lá de luxuosas de Al Jarreau, Joe Sample e Djavan. Foi um daqueles momentos lindos, que a a vida passa a valer mais a pena.
Como todo show de instrumentista, a platéia é sempre uma piada. Músicos por todos os lados. Na minha fileira (era a 4a. do teatro), por exemplo, só tinha baixista. Lembro até a ordem: eu, meu irmão (tambem baixista), Zé Eduardo, o saudoso professor e mestre Nico Assumpção (que Deus o tenha), Leonel, Ciro, e por aí vai. Os papos então, totalmente previsíveis: 'E aí, beleza? Tocando com quem? Veio ver o mestre, né?' Músico é uma desgraça, quando não tem o que dizer, o papo não vai além disso.
Se não me falha a memória, o baixinho iniciou os trabalhos com Panther, de seu primeiro disco solo. Já valeu cada centavo pago. O show foi crescendo, e ele revezava entre seu Jazz Bass e seus fretlesses. As vezes tocava com os dois na mesma música, alguns de 4, outros de 5 cordas, e até mudava a afinação do instrumento durante os solos. O diabo.
Talvez o ponto mais alto da noite tenha sido a música Tutu, de outro mestre, outrora parceiro de Marcus. Tutu é uma de minhas músicas prediletas. É dificil explicar o porque. Apenas ouça e tire suas próprias conclusões. Estou torcendo com todas as minhas forças para que ele toque na terça-feira. Faria um sujeito muito feliz.
Lá pelos 50 do primeiro tempo, entra a primeira participação: Joe Sample. Em seguida, Al Jarreau se junta à trupe, cantando uma versão de... hmmmm... My Favourite Things? Ou seria Take Five? Não me lembro exatamente agora... Cantou mais algumas, seguido de mestre Djavan e sua filha, numa versão de Faltando um Pedaço. Lindo lindo lindo.
Fim do espetáculo. O povo pede bis. A voz do povo é a voz de Miller. A turma volta com... Teen Town. Faço minhas as palavras de um espectador, após a primeira passagem do tema: 'desculpa, tá?'. Nesse momento, o show já podia ter acabado, que voltariam todos felizes para casa, sem dar um pio de reclamação. Mas não, reservaram uma agradável surpresa para a felicidade dos presentes: fecharam a noite com toda a turma no palco - Joe, Al e Djavan, todos juntos - numa versão inesquecível de Mas Que Nada, de Jorge Ben. E o teatro de pé, cantava de pé: 'ôoooooo ô ô ô ôoooo a rí áaaaaaa áiôooo obá, obá, obá'. Cai o pano, acendem as luzes. E sai da minha frente que eu quero passar.
Comentário mais ouvido após o espetáculo: 'Eu vou vender meu baixo'.
Quase chorei.
Inesquecível.
Em minha humilde opinião, Marcus Miller está entre 'os 5 maiores baixistas do mundo de todos os tempos o tempo todo'. É o músico que eu gostaria de ter sido (quem mandou não estudar?). Além de versátil, sabe dosar punch, groove, suíngue, virtuosismo e sutileza, em medidas perfeitas, sem excessos. Seus solos avassaladores e percussivos, e a timbragem de seu Jazz Bass (customizado por um gênio da luthieragem) fazem levantar até cabelo do dedão do pé.
Marcus Miller esteve no Brasil em 94, no Free Jazz Festival - na época, no saudoso Hotel Nacional, hoje entregue às traças. Foi um show memorável, e entrou para meu Top 10. Veio muito bem acompanhado: dois tecladistas (depois eu lembro dos nomes), o poderoso Foley e seus solos dissonantes no baixo picollo, um trompetista, um saxofonista (Kenny Garret) e - pasmem - dois bateristas (o lendário Lenny White e Poogie Bell). Além disso, contou com as participações pra lá de luxuosas de Al Jarreau, Joe Sample e Djavan. Foi um daqueles momentos lindos, que a a vida passa a valer mais a pena.
Como todo show de instrumentista, a platéia é sempre uma piada. Músicos por todos os lados. Na minha fileira (era a 4a. do teatro), por exemplo, só tinha baixista. Lembro até a ordem: eu, meu irmão (tambem baixista), Zé Eduardo, o saudoso professor e mestre Nico Assumpção (que Deus o tenha), Leonel, Ciro, e por aí vai. Os papos então, totalmente previsíveis: 'E aí, beleza? Tocando com quem? Veio ver o mestre, né?' Músico é uma desgraça, quando não tem o que dizer, o papo não vai além disso.
Se não me falha a memória, o baixinho iniciou os trabalhos com Panther, de seu primeiro disco solo. Já valeu cada centavo pago. O show foi crescendo, e ele revezava entre seu Jazz Bass e seus fretlesses. As vezes tocava com os dois na mesma música, alguns de 4, outros de 5 cordas, e até mudava a afinação do instrumento durante os solos. O diabo.
Talvez o ponto mais alto da noite tenha sido a música Tutu, de outro mestre, outrora parceiro de Marcus. Tutu é uma de minhas músicas prediletas. É dificil explicar o porque. Apenas ouça e tire suas próprias conclusões. Estou torcendo com todas as minhas forças para que ele toque na terça-feira. Faria um sujeito muito feliz.
Lá pelos 50 do primeiro tempo, entra a primeira participação: Joe Sample. Em seguida, Al Jarreau se junta à trupe, cantando uma versão de... hmmmm... My Favourite Things? Ou seria Take Five? Não me lembro exatamente agora... Cantou mais algumas, seguido de mestre Djavan e sua filha, numa versão de Faltando um Pedaço. Lindo lindo lindo.
Fim do espetáculo. O povo pede bis. A voz do povo é a voz de Miller. A turma volta com... Teen Town. Faço minhas as palavras de um espectador, após a primeira passagem do tema: 'desculpa, tá?'. Nesse momento, o show já podia ter acabado, que voltariam todos felizes para casa, sem dar um pio de reclamação. Mas não, reservaram uma agradável surpresa para a felicidade dos presentes: fecharam a noite com toda a turma no palco - Joe, Al e Djavan, todos juntos - numa versão inesquecível de Mas Que Nada, de Jorge Ben. E o teatro de pé, cantava de pé: 'ôoooooo ô ô ô ôoooo a rí áaaaaaa áiôooo obá, obá, obá'. Cai o pano, acendem as luzes. E sai da minha frente que eu quero passar.
Comentário mais ouvido após o espetáculo: 'Eu vou vender meu baixo'.
Quase chorei.
Inesquecível.
3 de nov. de 2001
Ainda não sei bem o motivo desse blog. Talvez seja minha solidão temporária. Talvez não.
Pensei em várias coisas. Uma delas seria escrever (e de certa forma, documentar) de maneira despretensiosa e sob um ponto de vista exclusivamente pessoal, sobre todos os shows que já fui na vida. Todos mesmo, das bandas de sarau aos mega stars. Seria um exercício mental interessante, e ao mesmo tempo poderia me surpreender com a diversidade. Quem sabe?
De qualquer forma, minha intenção é criar um blog para falar basicamente de música, daí o seu nome (você conhece o bom e velho chacundum?). Música de todos os tipos: para ouvir, pra dançar, pra beber, pra pular, erudita ou popular. Sendo música boa, tá valendo.
Mas quero também falar de coisas boas, coisas felizes. De bondade, amor e beleza. Gentileza gera gentileza.
Pensei em várias coisas. Uma delas seria escrever (e de certa forma, documentar) de maneira despretensiosa e sob um ponto de vista exclusivamente pessoal, sobre todos os shows que já fui na vida. Todos mesmo, das bandas de sarau aos mega stars. Seria um exercício mental interessante, e ao mesmo tempo poderia me surpreender com a diversidade. Quem sabe?
De qualquer forma, minha intenção é criar um blog para falar basicamente de música, daí o seu nome (você conhece o bom e velho chacundum?). Música de todos os tipos: para ouvir, pra dançar, pra beber, pra pular, erudita ou popular. Sendo música boa, tá valendo.
Mas quero também falar de coisas boas, coisas felizes. De bondade, amor e beleza. Gentileza gera gentileza.
26 de jun. de 2001
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