Chacundum é um blog em dolby-stérico de Cláudio Reston, designer-músico e sócio da Visorama Diversões Eletrônicas.

16 de mar. de 2002

Tom Petty tinha um topete, era um Tompete.
Tom Petty tocava trompete, era um Trompetty.
Que nojo.
"Você é a única pessoa no mundo que pode fazer o que você faz", diz o anúncio da HP na revista Veja.

E eu pergunto: soltar um barro?


Roseana, Murad e FHC (em sentido horário) flagrados em Brasília.
Lá vem mega post, mas é o seguinte:

Algumas pessoas me perguntam qual estilo musical eu curto. A resposta é sempre a mesma: 'música boa'. Mas como isso é quase óbvio, tentarei agora explicar mais ou menas quais são meus critérios:

1. Obras primas: músicas que reúnem pelo menos 6 dos quesitos abaixo.

2. Pegada: se a música tiver uma pegada pesada e pulsante (pegada não só de bateria, mas de tudo, inclusive de voz), já tô gostando. São raras as bandas que conseguem reunir peso e pulsação. Rage Against The Machine e Living Colour são duas delas - e, é óbvio, amo ambas.

3. Levada: se ao ouvir a música você sente vontade de dançar como se ninguém estivesse olhando, batucar nas pernas, imitar o som da bateria com a boca, praticar air drum ou qualquer coisa que o valha, é sinal de que a levada agrada. Nesse quesito muitas músicas se encaixam, principalmente a produção dos anos 70. Ah sim, e que fique bem claro: axé music (vulgo música de mongol) não me dá a menor vontade de fazer essas coisas, ok?

4. Produção, mixagem e timbragem: é claro que o tosco tem seu espaço, mas um som bem produzido, com uma mixagem escandalosa e/ou com uma puta timbragem dos instrumentos costuma agradar. No jazz e na música pop, Quincy Jones é quem comanda. Dos produtores de entretenimento, o da Destiny's Child é fodão. Na música eletrônica, Roni Size é meu ídolo. Já no hip-hop, meu preferido é Mario Caldato (gênio) e dos brasucas curto Liminha, Chico Neves, Bid e Eumir Deodato (se bem que esse aí já é mais gringo que brasileiro). Mas atenção: nem sempre um bom produtor significa um bom produto. Como os melhores são muito requisitados - afinal, são os responsáveis pela cara do disco, os 'designers' do som - incluindo sua radiofonicidade -, as vezes se vendem em demasia e o som fica comercialóide e chato demais. Ossos do ofício.

5. Melodia e harmonia: harmonias inteligentes e melodias bem desenhadas geralmente são o que fazem da música um standard. Nesse ponto, maestro Tom, Chick Corea e os composistores de jazz, samba e chorinho, em geral, são os campeões. Algumas bandas de rock progressivo (especialmente Led e Rush) mandam muito bem também.

6. Hinos: não necessariamente de países ou de clubes, me refiro àquelas mega-babas que possuem a grandiosidade de um hino. Exemplos? We Are The Champions (Queen), Live And Let Die (Paul McCartney), Purple Rain (Prince), Como Nossos Pais (cantado pela Elis) e até mesmo Deslizes (Fagner). Adoro. É claro que todo hino tem um q de breguice, mas nem toda música brega é um hino. Aliás, não mesmo, cruz credo.

7. Músicas que estão a frente de nosso tempo: produções inovadoras, vanguardistas, que causam muita estranheza (como o som do Primus e do TransAm) sempre terão seu espaço, desde que tenha conceito e seja bem tocado.

8. Maestria: mestres de algum instrumento como Jaco, Hendrix, Van Halen e Dennis Chambers sempre me enchem os ouvidos de lágrimas.

9. Letra e voz: confesso que isso é o que menos me importa. Podem me xingar, me chamar de iletrado e o escambau, mas a verdade é que se eu souber a letra de umas 10 músicas de cór, é muito. Mas é claro, existem músicas que a poesia é literalmente tudo (Arnaldo Antunes que o diga) e, em algumas outras - como as do Chico, Tom e Vinícius -, a letra não tem como passar em branco. Da mesma forma, é impossivel não reparar nas vozes de Elis, Sarah Vaughan, Ed Motta, entre outros. Mas não é a primeira coisa que me atrai, no geral sempre reparo no instrumental antes de tudo. Coisa de músico que cisma em 'separar os canais' ao curtir um som.

A fórmula é a seguinte (eu acho): tem que ter pelo menos uns dois desses quesitos, ou então ser irretocável em um deles. Sacou?

Exceções sempre existirão (exemplos: U2 possui várias das características citadas e acho um saco, assim como o Rei Robertão, que não possui nenhuma e eu adoro), mas acho que agora ficou mais claro por que é que eu não gosto de Ramones, Marisa Monte, Engenheiros do Hawaii, e música bahiana e sertaneja em geral.

15 de mar. de 2002

Motumbo é café com leite.

14 de mar. de 2002

Depois da dieta da lua e da sopa, a dieta de Jesus.
Estuda, meu filho. Senão você acaba na Casa dos Artistas.
Pesquisa revela: quer aumentar o número de leitores? Mencione Britney Spears em seus textos.
Descobri que existe uma parada mais magrinha que festa em novela da Globo (que já são de uma magreza só): festa em filme pornô.
Tudo bem, mas... bicho, quem é Carola???
A noiva de Motumbo morreu pela boca.
Fico imaginando a profissão de corno que deve ser a da pessoa que é paga para escrever os blogs do Big Brother e da Casa dos Artistas.

O sujeito não só é obrigado a assistir atentamente aquela bosta o dia inteiro, como tambem é obrigado a ficar narrando coisas completamente desinteressantes do tipo 'fulana deu um mergulho, ela usa um biquini preto'.

Foi pra isso que tu pagou 4 anos de faculdade, filho? Cruz credo...

13 de mar. de 2002

Os publicitários dizem: o ótimo é inimigo do bom.
E eu corrijo: o ótimo é inimigo do publicitário.
Um papo com o mestre e pai Ricardo Leite, por mais breve que seja, é sempre uma prazerosa e elucidativa lição, daquelas que você carrega para a vida.

Deveria existir uma matéria chamada Ricardo Leite em toda faculdade de design. Com certeza os estudantes sairiam bem mais preparados e conscientes do que se trata esse negócio que a gente tanto estuda e que tão pouco aprende.

Raríssimos são os profissionais que conciliam doses alopáticas de talento, profissionalismo e generosidade. O Ricardo é um deles, orgulho da classe total.

Aproveitando: é vergonhoso o fato do Cone nunca tê-lo convidado para um N-Design. É como assinar um atestado de desconhecimento da produção nacional, além de total despreparo.

Mas felizmente tudo indica que nesse ano vai rolar. Duca, sabia que a galera sangue bom de Baurú não ia decepcionar.

12 de mar. de 2002

Motumbo descolou um emprego de garoto propaganda.

Update: mudaram tudo. Era uma página com os dizeres 'it's going to be big, it's going to be the biggest'. Socorro.


Opa, voltando devagar e sempre. A viagem foi providencial, rolou aquela relaxada merecida, regada a porres homéricos e muita moqueca de camarão.

Por enquanto apenas uma breve seleção de fotos da viagem. Mais tarde eu apareço.

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