Chacundum é um blog em dolby-stérico de Cláudio Reston, designer-músico e sócio da Visorama Diversões Eletrônicas.

12 de jan. de 2002

Voltei. O segundo da lista foi A Bruxa de Blé.

A idéia é bacana, mas não sei se o resultado ficou láaa essas coisas, ainda tô digerindo. Mas deu pra assustar.

Volto mais tarde.
Tirando o atraso cinematográfico, decidi alugar alguns DVDs de filmes manjados que ainda não tinha assistido: Snatch, Clube da Luta e A Bruxa de Blair.

Até o momento, Snatch passou no teste. Legal, mas ficou uma sensação de déja vu no ar. A fórmula é meio manjada: bandidagem barata, cortes rápidos, tomadas de câmera diferentes, trilha sonora muderninha, alguns flashbacks... até o elenco é meio previsível, com Brad Pitt fazendo papel de Brad Pitt. Mas ainda assim é um filme bacaninha, principalmente para um sábado ressacado.

Depois eu volto e conto o resto.
A despeito de muitas críticas negativas ao show do Vernon Reid, registro aqui minha opinião: FOI BOM PARA CARALHO.

O Vernon tava deslocado? Sim, um pouco. O Romero engoliu o Vernon? Talvez. Tava pouco ensaiado? Bem provável. Mas nada disso abalou, ainda assim achei um showzaço.

De um lado a técnica, a leveza e as notas bem colocadas de Romero, que revezava entre o violão e a guitarra, em alguns momentos ativando um dispositivo MIDI recheado de Hammonds e synths analógicos. Do outro, o lado mobral e visceral da brincadeira, a prova de que Hendrix vive, a voracidade de Vernon Reid. Eu amo essa cara tocando, seus solos são esporrentos, quase que chutados (as vezes parece lascar toda e qualquer nota que vê na frente e foda-se), mas ao mesmo tempo de um feeling incrível, que tocam no fundo da alma e fazem você se sentir o primeiro dos mortais. Confesso: passei o show inteiro com um sorriso de orelha a orelha, tamanha era minha satisfação em ver esses caras tocando (ainda mais depois de umas caipirinhas).

Aliás, não só esses dois: Arthur Maia é o melhor baixista brasileiro, e um dos melhores que o mundo já teve, definitivamente. Sua versatilidade, técnica e personalidade são algo sério. O Muzz era fodão, mas quando saiu do Living, deveriam ter chamado o Arthur (nada contra Doug Wimbish, mas prefiro nosso brasuca). Seu único problema, que me deixa maluco por sinal, é que ele não consegue timbrar a porra do instrumento. Já vi o cara usando tudo que é tipo de equipamento, mas nunca ouvi uma timbragem decente. Não sei se é falta de saco ou de conhecimento - na segunda hipótese, nada que um intensivo com Miller não resolva.

Quanto ao Carlos Bala (ou Charles Candy, como camarada Ez apelidou), nunca curti muito sua pegada, mas ontem fez bonito. Talvez falte um pouco de atitude, de peso em seu toque, mas aí é questão de gosto mesmo. Ainda assim não deixou nada a dever a nenhum dos outros 3.

A dinâmica do show foi jóia. Começou pianíssimo, foi crescendo aos poucos, alternando temas de Romero e de Arthur, alguns blues, umas piadinhas de músico (sabe qual é?), uma citação a Tutu e culminando com um tema de Vernon, fechando com chave de ouro.

Se eu fosse você corria lá no Mistura e garantia seu ingresso, pois valeu cada décimo de centavo. Um encontro desses talvez só daqui a 10 anos. A não ser que o Vernon seja contaminado por aquilo que chamamos de 'Maldição do Mistura Fina' - se tocou uma vez, toca todo ano.

Tomara!

11 de jan. de 2002

Parafraseando Frank Zappa, eis aqui minhas 5 revistas brasileiras de design prediletas:

1.
2.
3.
4.
5.
'(...) Foi lá no porão
pegou três oitão
deu um tiro na mão
do próprio irmão
que quis te segurar


Eu consegui te desarmar

Foi pra rua de novo
entrou no velório
pulando a janela
xingando o defunto
apagou a vela
cantou a viúva
mulher de favela
deu um beijo nela


O bicho pegou
a polícia chegou
um couro levou
em cana entrou
e ela não te quer mais


Bem feito.'

Zeca Pagodinho. Gênio.
Lindo. Dica do Jean.
Na atual conjuntura editorial do país, 'revista de fofoca' é pleonasmo, certo?
Duzentos reais pra deixar a bunda em pé.
Numa boa... o cara que fez os banners do site da Design Gráfico aprendeu com aqueles cursos que vem na revista.
Pra galera de SP chegada a uma guitarragem, fica aqui a dica: dia 17 de janeiro vai rolar workshop com Mike Stern, com participação especial de Lincoln Goines no baixo.

Vai ser no Mix Music Hall (fica na cobertura da Escola de Música e Tecnologia), às 16h. O ingresso é 2 kg de alimento não perecível. Para maiores informações, anote aí: 5012-2777.

Esses workshops costumam ser a maior enganação, mas como é de grátis, vale a pena. Nem que seja pra ter um contato mais próximo de Mr. Stern e ouvir umas boas dicas (isso sempre rola). E é claro, não deixe de levar seu CD para ser autografado, pois o clima é de fã clube total.

10 de jan. de 2002

Da janela do meu quarto, as 10 da manhã, recebo o bom dia de uma admiradora secreta:



:)
PQP, que poster do Quernec.



Dica do mestre Leo Caldi.
Por favor, ESQUEÇAM o Supla.

9 de jan. de 2002

Acho que o Beastie Boys é a única banda de hip-hop que consegue juntar 3 MCs sem ficar naquela enganação - um canta e os outros dois ficam só no 'yeah', 'check it', 'gimme five', 'hey man', etc. A dinâmica vocal do caras é toscamente fantástica.

Além de seu quarto Beatle - Sir Mario Caldato, que sempre prestou um serviço de prima no que diz respeito a produção dos albuns, os caras sempre tiveram a felicidade de contar como quinto elemento top DJs, caras como Mix Master Mike - gênio da scratchagem -, que tornam o conjunto voz + dj incrivelmente harmonioso. Basta uma escutadinha para que seu corpo comece a balançar involuntariamente.

E os clipes? São antológicos, rendendo-lhes em 99 o VMB pelo conjunto da obra. O clipe de Sabotage é um dos melhores que já vi na vida. Cinema vernacular total.

Entre as músicas que mais me agradam estão Intergalactic, So Whatcha Want, Sabotage, It´s Just a Test, Fight For Your Rights e, a melhor de todas, Shake Your Rump (trilha daquela vinheta do japa no supermercado, que rola na MTV). O especial de mini-moog dessa música é de tirar qualquer um do sério, uma porrada no célebro.
Pergunta 1:
Por que é que todo professor de musculação usa pochete?

Pergunta 2:
Por que é que os que não usam, costumam botar a camisa pra dentro da bermuda?
Cruz credo, tenho escrito compulsivamente. Socorro.
Da série 'meus standards prediletos': Birdland (Joseph Zawinul).

Quatro versões que eu sempre ouvo:

1. A original, gravada pelo próprio Weather Report de Zawinul e Pastorius (melhor banda de jazz de todos os tempos), do disco Heavy Weather;

2. A versão ao vivo, também gravada pelo Weather, do disco 8:30;

3. A do Quincy Jones, do disco Back on The Block (porque tudo que o Quincy grava é bom);

4. A versão big band gravada por Maynard Ferguson (não sei o nome do disco, mas rola mp3 a rodo no AG).

Aliás, já que o assunto é o Weather, fica aqui a dica: Heavy Weather é um dos melhores discos de jazz de todos os tempos. Um divisor de águas, sem dúvida.

8 de jan. de 2002

Hoje eu tô que é puro saudosismo. Deve ser a lua minguante, boa para ir ao cabeleleiro.

Saca só, uma coisa é:
'Pegar carona nessa cauda de cometa
Pela via-láctea, estrada tão bonita
Brincar de esconde-esconde numa nebulosa
Voltar pra casa no nosso lindo balão azul
.

Outra coisa é:
'Ilari lariê ô ô ô
Ilari lariê, ô ô ô
Ilari lariê, ô ô ô
É a turma da Xuxa que vai dando o seu alô
.'

E oooooooooutra coisa é:
'É bunito demais!
Pau que nasce torto, nunca se endireita
Menina que requebra, mai'
pega na cabeça
.'

É um puta lugar comum isso o que eu vou dizer, mas é impressionante como as músicas infantis (ou pelo menos, as músicas que as crianças ouvem) embarcaram numa descendente sinistra a partir do final dos anos 80.

Não é aquele papo de 'que saudades dos velhos tempos' não, é que antigamente a produção musical infantil era coisa séria. Vinícius de Moraes, Toquinho, Guilherme Arantes, Raul Seixas, entre tantos outros, produziram verdadeiras obras primas no início da década de 80, como a Arca de Noé (em dois volumes), Plunct Plact Zoom e o Balão Mágico. Arrisco a dizer que essa foi a época mais iluminada de todos os tempos, no que diz respeito a músicas infantis.

Depois meu amigo, a coisa começou a ficar esquisita. Vieram os Sullivan e Massadas da vida... até aí tudo bem, ainda dava pra encarar. Então veio Cid Guerreiro, aquele vocalista do Yahoo... aí desandou de vez. Fechou a tampa dos anos 90 com Cumpadi Washington, Jacaré e Carla Peres. E agora, o que esperar dos anos 00?

Socorro, dá desgosto só de pensar.

Mas voltando as coisas boas: Guilherme Arantes foi de uma tremenda felicidade ao compor Nosso Lindo Balão Azul, tema do especial Pirlimpimpim, assim como Super Fantástico, tema de abertura do saudoso Balão Mágico, dos tempos em que Simony só sentava no colo do Fofão. A letra é jóia, o conjunto melodia-harmonia é bem construído pacas e o arranjo é fora de série - cheio de pianos, teclados e efeitos especiais, breguíssimos, mas que dão à música ares de hino. Quisera eu que meus futuros filhos pudessem desfrutar de pérolas como essa em sua infância, assim como eu tive a felicidade de desfrutar.

Mas pelo visto, né... vai ser difícil.
'Quero ver no filme como fica
A história do trintão que era a sereia mais bonita.'

Grande Erasmo... Gênio.
Domi Vanderlans manda avisar: domingo é dia de Domingueira Dub, no Les Artistes, a partir das 21h.

Nas carrapetas maestro Cusmar, acompanhado por Nelson Meirelles e o fristáili d'A Filial. Mudou o domingo, mudou o convidado.

Nada com o bom e velho dub para pra começar a semana muito mais feliz, após um domingão de Gugus, Faustões e Suplas, né não? Então pinta lá, é baratim: R$15 de entrada, com direito a 10 paus de consumo no bar (vulgo R$5 de entrada e R$10 de consumação).

Ufa, essa semana tá cheia de coisa legal. :)
Expressões que deveriam ser abolidas do hip-hop: put your hands in the air, everybody say 'oh yeah!'
Deus virou-se e disse: "errei, porra".
Era isso o que eu temia.
Cariocas, regozijai-vos.
Muito bacana o novo projeto gráfico da revista Vizoo, assinado por Marcello Rosauro, orgulho da classe e companheiro de Freak. O novo formato não só deu mais liberdade para a diagramação, como deixou a revista com um aspecto mais parrudo, mais consistente. O projeto editorial ainda não me emociona, mas aos poucos os caras vão melhorando - acho.

Os destaques são as entrevistas com O Rappa, Airto Moreira e Flora Purim, e o portifólio do comparsa Léo Eyer.

7 de jan. de 2002

Shockwave como terapia contra o stress. Diga de Gustavão.
Ok, dessa vez os caras mandaram muito bem.

O novo iMac é ducaralho. Show de hardware e de design.

Já tá na minha listinha de compras de 2002.
Atendendo a pedidos, seguem abaixo as datas dos shows:

Vernon Reid: dias 11, 12 e 13 de janeiro.
Mike Stern: dias 15 e 16 de janeiro.

Perdoado? :)

Os meus ingressos já estão garantidos para sexta e terça, ambos na segunda sessão. A gente se vê lá então (ou não).

6 de jan. de 2002

CTRL-C, CTRL-V:

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Preparamos uma solução paliativa do site, para entrar no ar nos próximos dias.

A página compreenderá apenas um news e os respectivos downloads para o portifólio em multimídia, com 14MB, para PC e Mac, cada um dos Design de Bolso em formato PDF, entre 0,5 e 9MB, e o Videofolio, com 10MB. Haverá também o "FAQ" para aqueles interessados em informação escrita.

O tamanho exagerado dos arquivos - especificamente a multimídia - será motivo de protestos, mas é a melhor alternativa dentro das possibilidades técnicas e de tempo no escritório. Tenho certeza que aqueles menos afoitos e mais maduros entenderão.
Sáciu disse: Vou vender cocô em conserva. Vou ficar rico.
E eu acrescento: Venda na TV. Ficará milionário.

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