Chacundum é um blog em dolby-stérico de Cláudio Reston, designer-músico e sócio da Visorama Diversões Eletrônicas.

5 de nov. de 2001

Em 87 um sujeito do bem falou:

'Acredito que música tenha sido a primeira coisa que surgiu no mundo. Quando o mundo nasceu, com certeza houve uma vibração. E se houve uma vibração, houve música'.

Alguns gostam de pintura, outros de teatro, outros de dança... mas todo mundo gosta de música. É algo tão presente na nossa vida que a gente mal consegue se dar conta.

Há muito tempo eu li um ensaio (não me lembro de quem, isso tem pelo menos uns 10 anos) que, de cabeça, dizia mais ou menos assim:

Imagine se um dia a música resolvesse entrar em greve. Você liga o rádio e não ouve nada, apenas as vozes dos locutores. Liga a TV e também nada. Nada de jingles, nada de trilhas sonoras... entra nos estabelecimentos, em teatros, cinemas e nada se escuta, apenas vozes. Nem um acorde, nem uma batidinha sequer. Com certeza seria um mundo muito chato e sombrio.

Não é a toa que dizem ser a indústria mais lucrativa do mundo, e eu acredito fielmente nisso. Não existe nenhuma outra arte que reúna tantos apreciadores quanto a música. Basta pensar que alguns shows conseguem reunir mais de um milhão de pessoas em um único local, para assistir a uma única atração. Que outra atividade artística consegue isso? Nem futebol... (ok, há tempos que futebol não é mais arte).

É por isso que nego não abre mão, faz de tudo para embargar qualquer tentativa de desestabilizar as regras que criaram. Declararam guerra contra os Napsters da vida, não porque estavam ganhando menos (pobrezinhos), mas simplesmente porque se sentiram ameaçados, e viram que poderiam ganhar ainda mais. Na cabeça dos caras, essa mudança de padrões tem que partir deles, não de unzinho qualquer.

Desde que instalamos uma conexão ADSL no escritório, nosso Audio Galaxy não teve um dia de folga. Já baixamos de tudo: rock, drum n bass, samba, erudita, chorinho, funk, disco, house... uma verdadeira festa para os ouvidos. E posso te garantir: já fiz minha listinha de CDs que pretendo comprar, após escutar todos aqueles MP3s. Alguém saiu perdendo? Não creio...

Assim, só me resta a seguinte conclusão: essas pessoas que estão no poder, que vivem da indústria da música e que são as mesmas que se opõe a esse tipo de iniciativa, não gostam de música. Não conseguem ouvir música, só conseguem ouvir cifras.

Para toda essa gente horrível, restam somente minhas palavras de carinho.

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